Guilherme aponta retrocesso e desmonte da cultura pelo governo Bolsonaro

08/10/2019 - Anna Regadas

Ao fazer uso do Grande Expediente, na sessão ordinária desta terça-feira, 8, o vereador Guilherme Sampaio (PT) apontou o retrocesso e desmonte da cultura pelo governo Bolsonaro. De acordo com o parlamentar, além do fim de programas, exoneração de cargos da Fundação Nacional de Artes, o governo federal também estabeleceu uma série de critérios que […]

08.10.2019

Ao fazer uso do Grande Expediente, na sessão ordinária desta terça-feira, 8, o vereador Guilherme Sampaio (PT) apontou o retrocesso e desmonte da cultura pelo governo Bolsonaro. De acordo com o parlamentar, além do fim de programas, exoneração de cargos da Fundação Nacional de Artes, o governo federal também estabeleceu uma série de critérios que censuram a produção artística e cultural.

“A censura está de volta ao campo da arte e da cultura. São ataques muitos graves e típicos desse governo. E querer calar o outro é a linguagem das ditaduras, das intolerâncias. Nós estamos diante de um retrocesso grave na evolução democrática do país”, apontou Guilherme, ressaltando a importância da produção cultural. “A arte e cultura são naturalmente linguagens e expressões revolucionárias, que não seguem padrões e que nos fazem refletir. É o papel da arte como produção humana”, destacou.

Dentre as medidas que censuram a produção artística, Guilherme citou os novos critérios de seleção do Centro Cultural da Caixa Econômica Federal. “Foram definidas novas regras para selecionar o artista, e isso incluiu até mesmo os que já haviam sido selecionados por curadores, mesmo esses precisam passar por esse filtro que envolve até pesquisa na rede social do artista. Por esses critérios, Chico Buarque e Fernanda Montenegro não poderiam se apresentar”, exemplificou.

Conforme o parlamentar, as regras implementadas exigem que detalhes do posicionamento político dos artistas, o comportamento deles nas redes sociais e pontos polêmicos das suas obras constem no relatório interno. O documento será avaliado pela estatal antes que seja dado o aval para que peças de teatro, exposições, mesmo aquelas já aprovadas em editais, possam entrar em cartaz.

Segundo Guilherme essas medidas representam o desmonte da cultura no país. “ Pelo raciocínio obscurantista do governo federal, aconteceram exonerações de cargos na Funarte, na Ancine, foram extintos alguns programas e isso representa o desmonte da cultura”, apontou.

Para o vereadora as empresas públicas deveriam fomentar a cultura e não censurar os artistas e a produção cultural. “Empresas como Petrobras, Caixa, Banco do Brasil deveriam fomentar a cultura e isso acontecia até mesmo no governo do PSDB. Mas por esse governo atual tudo está sendo jogado na lata do lixo”, criticou Guilherme.

Foto: Érika Fonseca.