Pelo tempo do Pequeno Expediente, na sessão ordinária desta quarta-feira, 20, o vereador Evaldo Lima (PCdoB), destacou o “Dia da Consciência Negra” e fez um resgate histórico da luta contra a escravidão.

“Hoje é o Dia da Consciência Negra, dia da memória do Zumbi dos Palmares. O movimento negro busca ter essa referência como marco da resistência, da luta contra a escravidão. Essa data é mais importante para o movimento da consciência negra do que propriamente o 13 de maio de 1988 com a assinatura da Lei Áurea. E queria aqui lembrar uma citação do Nelson Mandela que costumava dizer: ninguém nasce odiando uma pessoa por sua cor, origem ou religião, e se podem aprender a odiar também podem aprender a amar. Ele passou 30 anos na cadeia por conta do Apartheid e nos dá essa lição de generosidade”, lembrou Evaldo.

O parlamentar também lamentou o episódio que ocorreu na Câmara dos Deputados, envolvendo o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). Na última terça-feira (19/11), o pselista quebrou uma placa de uma exposição que denunciava o genocídio da população negra. A ilustração retirada à força pelo parlamentar mostrava um policial de costas, com uma arma nas mãos, afastando-se do corpo de um jovem negro estirado ao chão algemado, vestido com a bandeira do Brasil.

“Em um dia tão especial quero lamentar profundamente o que ocorreu. Esse tipo de parlamentar acaba espetacularizando e fazendo apologia ao racismo, ao preconceito e a violência”, lamentou.

O parlamentar também apresentou vídeos do presidente Bolsonaro e condenou a atitude do gestor. ” Quando a gente fala de resistência temos que fazer oposição também ao presidente Bolsonaro, que espalha ódio e racismo no país. Nos 28 anos que foi deputado federal, trabalhou pouco mas falou muito asneira. Para quem não entendeu, no vídeo ele afirma que seu filho não namoraria uma mulher negra pois era bem educado e ainda associou tal fato à promiscuidade. Falou que não há nenhuma herança da escravidão, sendo que o Brasil foi o último país a abolir a escravatura, mas infezlimente continuamos varrendo para o tapete os números da senzala”, criticou.

Evaldo encerrou sua fala, destacando que devemos não só lembrar da história do passado, mas também da luta do presente. “Devemos lembrar cada vez mais da necessidade de politicas afirmativas, da presença de negros nos parlamentos, nas universidades, no mercado de trabalho e lutarmos por uma sociedade mais justa e repleta de oportunidade ao povo negro. Viva o Dia da Consciência Negra, Viva Zumbi dos Palmares!”, ressaltou.

Foto: Érika Fonseca