Câmara realiza Sessão Solene em alusão aos 107 anos do Theatro José de Alencar

12/06/2017 - Câmara Municipal de Fortaleza

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, nesta segunda-feira (12), Sessão Solene em homenagem aos 107 anos do Theatro José de Alencar. O evento foi proposto pelo vereador Dr. Porto (PRTB) através do requerimento 1205/2017, aprovado por unanimidade pela Casa Legislativa. Representando o presidente da Casa, vereador Salmito Filho (PDT), o vereador Dr. Porto presidiu a […]

Foto: André Lima

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, nesta segunda-feira (12), Sessão Solene em homenagem aos 107 anos do Theatro José de Alencar. O evento foi proposto pelo vereador Dr. Porto (PRTB) através do requerimento 1205/2017, aprovado por unanimidade pela Casa Legislativa. Representando o presidente da Casa, vereador Salmito Filho (PDT), o vereador Dr. Porto presidiu a sessão solene.

A mesa dos trabalhos contou com as presenças de: Suzete Nunes, secretária-adjunta de Cultura do Ceará; Selma Santiago, diretora do Theatro José de Alencar; Francisco Augusto Veloso, diretor administrativo-financeiro IPHAN, representando a superintendente Ítala Bianca; Tarcísio Matos, jornalista e colaborador do grupo de comunicação O Povo; Glícia Gadelha, presidente da Fundação dos Amigos do TJA; Francinice Campos, diretora Teatral, representando a companhia Palma de Teatro e a classe teatral do Ceará.

Em sua saudação aos presentes, o vereador Dr. Porto disse que o momento é de festejar essa belíssima obra que é o Theatro José de Alencar. “Celebrar o Theatro a qualquer tempo é repensar sua relação com a cidade. Por sua história, tem buscado proporcionar alternativas atraentes para o público. É um dos maiores símbolos da cultura cearense. Até mesmo seu nome ‘Theatro’ com ‘h’ mesmo, mantém a grafia de antigamente, o que lhe dá um certo charme. Por ele passaram peças teatrais maravilhosas, orquestras e músicos geniais, artistas de todas expressões. Vital para o Centro da cidade, é um espaço dinâmico que temos muito carinho e respeito. Sua arquitetura encanta artistas e plateia por sua beleza sem par”, disse.  Em seguida aconteceu a apresentação da

Camerata do Ceará e dos alunos do curso de Princípios Básicos de Teatro. Na oportunidade foi entregue ao vereador Dr.Porto, um documento reivindicando apoio do Poder Público a cultura cearense.

Suzete Nunes, secretária-adjunta de Cultura do Estado do Ceará, disse que falar em patrimônio teatral brasileiro é falar do TJA. O Theatro é um complexo de tantos espaços que acolhe um jardim tão simbólico de Burle Marx, mas é referência como palco, é o templo das artes cênicas do Ceará. Tantas pessoas passaram por lá, mas ele não é só teatro, pois também é um centro de formação, de difusão, de experimentação e de a criação. É um espaço que provoca a cidade, e briga para a cidade ser melhor. Quer um Centro com mais segurança e mobilidade. E a Praça José de Alencar, nós queremos de volta para a população. Por isso, é que o Theatro merece essa justa homenagem e a parceria incondicional da Câmara e Prefeitura, para ele se torne melhor. Quero agradecer imensamente a família do TJA que está aqui e em nome dessa equipe. O Governo do Estado e a Secretaria de Cultura está honrada com essa homenagem e que o Theatro tenha vida-longa”, concluiu.

Logo em seguida, foi entregue um certificado em homenagem aos 107 anos do Theatro José de Alencar, à diretora Selma Santiago, que sem seguida fez seus agradecimentos: “Sou grata pela oportunidade de estar nessa cidade convivendo e podendo vivenciar esse momento de homenagem ao Theatro José de Alencar, que é o coração artístico no Centro da cidade. Com seus 12 mil metros quadrados merece nossa atenção, nosso zelo, nossa homenagem. Esses 107 anos demonstram uma vida de muitas histórias. É o palco da história de Fortaleza. A Praça José de Alencar também é muito importante para o Theatro, e precisa ser resgatada. Todo Centro histórico também, com seus equipamentos culturais e turísticos. Espero que com ida da Câmara para o Centro, vizinha ao Theatro José de Alencar, possamos dar um salto qualitativo. Essa homenagem é motivo de festa, que começa hoje e vai até sábado no arraiá do São João do Theatro”, disse.

HISTÓRIA

A pedra fundamental do prédio que seria o Theatro foi lançada em 1896, no centro da praça Marquês do Herval, hoje praça José de Alencar. Mas o projeto não foi concretizado e dois concursos públicos foram realizados. No entanto, a obra realmente construída pouco tem das linhas apresentadas nos concursos. A ideia de construir um teatro jardim foi concebida através do projeto do capitão Bernardo José de Melo. Em 1904, na segunda administração de Nogueira Acioli, é oficialmente autorizada a construção do Theatro José de Alencar através da lei 768, de 20 de agosto.

Porém, passaram-se ainda quatro anos para as obras começarem, exatamente no dia 06 de junho de 1908, quando toda a estrutura metálica já se encontrava em Fortaleza e foi apresentada em praça pública numa grande exposição. As peças metálicas vieram de Glasgow, na Escócia, importadas pela Casa Boris e fundidas pela Walter Mac Farlane & Companhia.

O Theatro José de Alencar foi inaugurado oficialmente no dia 17 de junho de 1910, com a banda sinfônica do Batalhão de Segurança, regida pelos maestros Luigi Maria Smido e Henrique Jorge. Na praça, rodas de fogo, morteiros, foguetes e girândolas num verdadeiro milagre pirotécnico, abrilhantavam a festa. No início do século, ao fazer o projeto arquitetônico do Theatro José de Alencar, o capitão Bernardo José de Mello imaginou um teatro – jardim. Mas o jardim mesmo só foi construído anos depois da festa de inauguração, na reforma de 1974 a abril de 1975. Ele ocupa todo o espaço vizinho ao Theatro, pelo lado leste, onde havia antes um prédio que primeiro abrigou o Quartel de Cavalaria e em seguida o Centro de Saúde. Foi demolido em 1973.

Um novo prédio foi incorporado ao Theatro José de Alencar na reforma de 1989 a 1990. Identificado como anexo, o prédio situa-se no lado oeste, logo atrás da antiga sede da Faculdade de Odontologia. Possui 2.600 metros quadrados e dois pavimentos, com acesso independente pela rua 24 de Maio.

Referência artística e turística nacional, o Theatro José de Alencar desempenha importantes papéis na vida cultural cearense. Na qualidade de Teatro Monumento oferece não só a mais seleta programação cênica do Estado, mas, também, a mais ativa e diversificada pauta de atividades socioculturais e artísticas do eixo central de Fortaleza. Com a dinâmica possibilitada pelo Centro de Artes Cênicas do Ceará (CENA) – unidade multifuncional anexa, o Theatro José de Alencar se afirma como espaço aglutinador de pesquisa, formação, produção e difusão artística, se transforma em palco de inclusão social e firma seu compromisso com o futuro.

Curioso exemplar da arquitetura eclética no Brasil, o Theatro José de Alencar, além da sala de espetáculo em estilo art noveau, dispõe de auditório de 120 lugares, foyeur, espaço cênico a céu aberto e o prédio anexo, com 2.600 metros quadrados, que sedia o Centro de Artes Cênicas (CENA), o Teatro Morro do Ouro, com capacidade para 90 pessoas, a Praça Mestre Pedro Boca Rica, com palco ao ar livre e capacidade para 600 pessoas, a Biblioteca Carlos Câmara, a Galeria Ramos Cotoco, quatro salas de estudos e ensaios, oficinas de cenotécnica, de figurino e de iluminação, abrigando ainda a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho e o Curso Princípios Básicos de Teatro e Circo.

Além destes palcos propriamente ditos, vários modos de ser teatro se cruzam no dia a dia do TJA, concebendo para cada cena, outros espaços cênicos como a calçada voltada para a Praça José de Alencar, o saguão e o pátio interno (entre o primeiro e o segundo blocos), o porão sob o chamado palco principal, o espaço expositivo da Galeria Ramos Cotôco, o palco da sala de espetáculos, a área dos jardins e as demais salas de ensaio: Sala de Canto Paulo Abel, Sala de Dança Hugo Bianchi e Sala de Música Jacques Klein, as oficinas de Iluminotécnica Álvaro Brasil, de Cenotécnica Helder Ramos e de Figurino Flávio Phebo.