Câmara entrega o título de cidadão de Fortaleza a Luciano Nunes Maia

18/09/2018 - Câmara Municipal de Fortaleza

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou sessão solene, nesta terça-feira (18), para a entrega do Título de Cidadão de Fortaleza ao poeta, jornalista e advogado, Luciano Nunes Maia. A homenagem foi proposta pelo vereador Edmar Freitas (PRP), através do Decreto Legislativo 838/2018. A sessão foi presidida pelo propositor da sessão e a mesa dos trabalhos […]

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou sessão solene, nesta terça-feira (18), para a entrega do Título de Cidadão de Fortaleza ao poeta, jornalista e advogado, Luciano Nunes Maia. A homenagem foi proposta pelo vereador Edmar Freitas (PRP), através do Decreto Legislativo 838/2018. A sessão foi presidida pelo propositor da sessão e a mesa dos trabalhos foi composta pelo desembargador Durval Aires Filho, representando o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará,  Francisco Gladyson Pontes; pelo juiz de direito Raimundo Lucena Neto; por Ubiratan Aguiar, presidente da Academia Cearense de Letras; José Maria Chaves, presidente da Academia Cearense de Médicos Escritores;  Flávio Leitão, representando o presidente Djacir Figueiredo, presidente da Academia Cearense de Medicina.

Em sua saudação ao homenageado e aos presentes, o vereador Edmar Freitas destacou a justa homenagem ao poeta, jurista e professor, Luciano Nunes Maia. “Ele veio jovem para a cidade grande estudar e deixou sua terra natal Limoeiro. Escolheu Fortaleza para ser sua nova morada. Nela aprendeu e ensinou caminhos. Bacharelou-se em direito, mestre em literatura brasileira e professor universitário. Tornou-se o poeta laureado, sendo reconhecida com condução para a Academia Cearense de Letras”.

“Sua importância vai além do Atlântico. Chegou as plagas romenas, de língua neolatina. Um país equidistante, onde recebeu o reconhecimento do governo daquele país, por seu trabalho de divulgação da cultura e língua daquela nação. A primeira vez que tive contato com ele foi inicio de 1980, quando cursava Letras na Uece. O primeiro livro que acessei de um escritor cearense foi ‘Jaguaribe Memória das Águas’, de autoria do nosso poeta. A segunda vez foi quando o procurei para fazer o prefacio do meu livro, ‘Versos Jaguaribanos’. A terceira vez quando nos tornamos confrades da Academia Limoeirense de Letras e por fim, nesse momento, que essa Casa me dá as condições de presidente da homenageá-lo”.

“Dizem que Limoeiro tem muitos poetas por metro quadrado. Não sei se isso procede, mas de lá saíram nomes como Padre Valdevino, Luciano Maia e este poeta que vos fala. Com imensa felicidade homenageamos esse poeta, cuja obra se alargou para fora dos limites limoeirenses. Salve o poeta! Salve a poesia!. Salve Luciano!.”

Após receber o título de cidadão de Fortaleza, Luciano Nunes Maia agradeceu ao vereador Edmar Freitas e a Casa Legislativa pela outorga desse título. “Não importa ser cidadão honorífico de tantas cidades, esta é a maior honraria. Pois essa cidade está plantada mais em nós do que no chão! Descendo o Jaguaribe achei-me em Fortaleza em meados de 1964, já trazendo aos 15 anos um grande pesar, pois tive a maior despedida de minha vida, minha mãe se foi em noite de chuva torrencial”, disse.

“Numa viagem conheci o interior paulista, nos anos da década de 50 e 60, essas lembranças cedem ao tempo da memória mais assídua, a dos açudes, dos mudos relâmpagos para os lados do Apodi, que me acompanham queira eu esteja às margens do Danúbio, na Champs Élysee ou em Lisboa. Os cheiros da ribeira do Jaguaribe, suas proas de eucalipto, seus poços empoeirados, seus quintais de milho, e sua brisa de café torrado me seguem mundo afora”, frisou.

Pontuou que “as ondas canutas do mar Atlântico o surpreenderam nas inumeráveis noites com amigos a beira da Praia de Iracema, em noites de crenças, e de utopias libertadoras. Após a partida do meu pai, três anos apenas após minha mãe, eu e meus irmãos inauguramos outra fase da vida, a de independência. Eu por três anos deixei os estudos e me lancei a boemia, e depois mergulhei nos livros. Quando 1981, fui levado por um amigo, Rogaciano Leite Filho, a conhecer Francisco Carvalho, um dos maiores poetas do Brasil. Ele dizia que hoje a poesia é um terreno minado. Ele se referia a poesia de hoje, desprovida pelo respeito a escrita e nenhum culto as musas”, destacou.

Observou que enquanto houver tarefas que se empregue o braço e o coração para construir nações mais humanas persistirá o épico. “Foi com esse pensamento que saiu Jaguaribe Memórias das Águas. Naquelas noites que fui aprendendo com os melhores poemas. Fui encontrando o meu caminho. O menino que trazia poemas feitos aos 13 anos, passou a conhecer outra realidade. Poetas canutos e poetas oceânicos”, comentou.

Ele falou sobre a Romênia, que segundo ele, preserva suas tradições. “Preserva sua língua levada por Trajano. Em virtude do meu interesse pelo país, recebi o título de cônsul honorário daquele país. Nem sei se é merecido. Lembro também da vestuta Academia Cearense de Letras, mais antiga que sua congênere brasileira. Cito meus parentes, irmãos. Que formam uma família solidária e unida. E minha esposa Maria, que um dia me mostrou a esteira do verdadeiro amor”, concluiu.

PERFIL

Assim como seus dois irmãos Napoleão e Virgílio, Luciano faz parte da Academia Cearense de Letras, para a qual entrou em 12 de maio de 1999, saudado por Artur Eduardo Benevides. Ocupou a vaga deixada por Florival Seraine, cadeira nº 23, cujo patrono é Juvenal Galeno. Filho de Napoleão Nunes Maia, e Maria do Carmo Pitombeira Nunes. Nasceu em 7 de janeiro de 1949, em Limoeiro do Norte. Fez o curso primário no Colégio Diocesano Padre Anchieta; o Curso secundário no Colégio São José, em Fortaleza, em 1969 e é bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará (1978). Radialista profissional pela UFC (1983) e jornalista profissional.

Pós graduado com mestrado em Letras (Literatura Brasileira) pela Universidade Federal do Ceará (1997). Ex-funcionário do Bando do Desenvolvimento do Ceará (Bandece); ex-funcionário do Banco do Estado do Ceará (BEC); Secretário-geral da Fundação Cearense de Arte Cultura (Cearte); Chefe da Divisão Editorial da Secult; professor visitante da UVA; Professor de Literatura Brasileira pela UFC; Professor da Unifor no Curso de Comunicação Social (História da Arte e de Estética) e no Centro de Ciências Jurídicas, Curso de Direito (Monografia Jurídica). Participou de vários cursos na Romenia e Espanha. É cônsul honorário da Romênia. Traduziu vários autores da Romênia, tem vários títulos publicados e no dia 12 e maio 1999.