Audiência debate situação da drenagem e saneamento do bairro Rodolfo Teófilo

06/06/2019 - Câmara Municipal de Fortaleza

Audiência pública para debater sobre drenagem e saneamento no Bairro Rodolfo Teófilo, foi realizada nesta quarta-feira (5), no Centro de Formação da Paróquia São Raimundo por solicitação do vereador Guilherme Sampaio (PT). O evento contou com a presença de representantes da Cagece, Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) e Secretaria Municipal de Urbanismo e […]

Audiência pública para debater sobre drenagem e saneamento no Bairro Rodolfo Teófilo, foi realizada nesta quarta-feira (5), no Centro de Formação da Paróquia São Raimundo por solicitação do vereador Guilherme Sampaio (PT). O evento contou com a presença de representantes da Cagece, Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) e Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente do Município (Seuma) e de moradores do bairro, que fizeram diversas reivindicações.

A mesa dos debates contou com as participações do vereador Michel Lins (PPS); do coordenador de Desenvolvimento Sustentável da Sema, André Luiz Pereira; Paulo César Vieira, presidente da Associação dos Moradores do Rodolfo Teófilo; André Arrais, gerente de urbanismo da Seuma; Herculano Soares, prefeito do Campus de Porangabussu da Universidade Federal do Ceará (UFC); Cícero Vasconcelos, gerente de engenharia do Instituto do Câncer do Ceará (ICC); Rogivaldo Rebouças, gerente de Unidade da área da Cagece; Padre Pedro, da Paroquia de São Raimundo e o pastor Rafael Munguba.

O vereador Guilherme Sampaio explicou a dinâmica da audiência pública, destacando que foi procurado pela Associação dos Moradores do bairro preocupados com os inúmeros pontos onde o esgoto corre a céu aberto no bairro e com a limpeza e urbanização da Lagoa de Porangabussu. O vereador Michel Lins disse que o projeto de revitalização da Lagoa já existe e ficou parado devido um projeto do Governo do Estado para a região, que não se concretizou. “A Prefeitura resolveu então agir e a obra deverá ser iniciada ainda no segundo semestre deste ano”, disse.

A audiência foi iniciada com os moradores indicando os principais problemas do bairro. O presidente da Associação dos Moradores, Paulo César Vieira, disse que a situação é de calamidade, principalmente em pontos em frente  do Posto 5, nas ruas  Francisca Clotilde e Alexandre Baraúna. “Nossas crianças estão adoecendo. A Lagoa é o símbolo do nosso bairro e sentimos saudades daquele espaço que está totalmente deteriorado”, disse.

Outro representante da Associação, Paulo Holanda, apresentou um vídeo dos principais problemas do bairro quanto ao saneamento e esgotamento sanitário. Os pontos citados com esgotos estourados foram os seguintes: Rua em frente o Instituto do Câncer; Delmiro de Faria com Padre Júlio; Rua Nunes de Melo, com rampa de lixo; vazamento de esgoto em três pontos da Francisca Clotilde, um na  João Sorango e outro ao lado do antigo colégio Redentorista. Ele citou que a Associação vem realizando o projeto Rodolfo Saudável visando a limpeza e conscientização dos moradores quanto ao destino correto dos resíduos.

Herculano Soares representado o Instituto do Câncer disse que o Hospital ocupa uma área de 80 mil m², tem 4 mil funcionários e atende uma média de 1.200 pessoas por dia. “Essa situação causa um impacto no aumento de resíduos, por isso a necessidade de criação de mais pontos de coleta para minimizar a situação”, disse.

Falaram ainda o Padre Pedro; Diana, representando a comunidade Santa Paulina; Willliam, da Comunidade da Samasa; Sidney Ferreira, da Rua Francisca Clotilde; Rafael Munguba, do Instituto Aprisco; Eudes, da Federação de Bairros e Favelas; José Maria; Rita Sá; João Paulo; Irmã Andrea e Francimary, que fizeram ponderações sobre a situação crítica que os moradores vivem diariamente em meio a esgotos estourados e lixo nas ruas.

Pela Cagece falou o gerente da Unidade na Região, Rogivaldo Rebouças. Segundo ele afirmou, a situação do esgotamento decorre da saturação do sistema que foi sobrecarregado pelas chuvas e rompeu criando fugas do esgoto e entupimento da tubulação. “O sistema tem mais de 30 anos, mas ainda comporta o volume da região. Estamos iniciando a reforma na altura da Avenida Padre Cícero, onde ocorreu o problema, mas teremos que mudar os coletores”, pontuou.

Segundo ele, a Cagece vem fazendo o trabalho, mas pediu junto ao Banco do Nordeste recursos de R$ 10 milhões para concluir o processo. Quanto a poluição da Lagoa de Porangabussu, disse que a Companhia detectou que 800 casas do bairro não estavam ligadas à rede de esgoto e que após uma visita constatou que cerca de 400 tinham feito ligações do esgoto doméstico à rede de drenagem, que deveria levar somente aguas pluviais (das chuvas) para a Lagoa. “As pessoas têm o costume de pedir ligação de água, mas esquecem que o esgoto também é importante”, disse.

Pela Sema, André Luiz se comprometeu a levar para o Secretário Artur Bruno, reivindicações dos moradores sobre projetos de educação ambiental. Já o representante da Seuma, André Arrais destacou o andamento do projeto de limpeza e revitalização da Lagoa da Precabura e de educação ambiental na região.

O vereador Michel Lins falou, ainda, do ordenamento dos ambulantes no entorno do complexo hospitalar do bairro; da construção de um novo ecoponto para a região e a realização de uma audiência pública para discutir o projeto de revitalização[U1]  da Lagoa de Porangabussu, que acontecerá no segundo semestre no Clube Tiradentes.

No final o vereador Guilherme Sampaio então fez os encaminhamentos dos assuntos tratados na audiência pública, que foram os seguintes:

– Audiência com a secretária da Regional III para tratar da questão dos ambulantes, rede de drenagem e lixão em frente ao necrotério do ICC;

– Discussão do projeto de urbanização, limpeza e revitalização da Lagoa de Porangabussu no segundo semestre;

– Criação de um Observatório do Bairro para acompanhar todas os compromissos firmados pelos órgãos presentes;

–  Solicitação de troca de lâmpadas de iluminação pública;

– Reunião de avaliação com a Cagece em 30 dias para avaliar o que já foi realizado e verificação de denúncia de crime ambiental provocado por uma empresa terceirizada a serviço da Coelce que teria desviado esgoto para as galerias pluviais;

– Acompanhar a elaboração de projeto de Educação Ambiental no bairro pela Sema;

– E o monitoramento da aferição da qualidade de água da Lagoa pela Seuma.

fotos: André Lima